A Teoria Decolonial se contrapõe ao processo de colonização imposto ao mundo pelo Eurocentrismo, que persiste e progride por meio de um intrincado mecanismo de continuidade-mudança, denominado Colonialidade. Ela busca destacar epistemologias historicamente subalternizadas e oferecer/incentivar formas de pensamento que se insurgem frente a essa lógica eurocêntrica dominante. Trata-se de uma formulação teórica que surgiu na América Latina a partir dos anos 1990, especialmente por intermédio de autores como Aníbal Quijano, Walter Mignolo, Enrique Dussel, Nelson Maldonado-Torres e Catherine Walsh, que propõe uma leitura crítica frente aos modos eurocentrados de produção e validação de conhecimento. A Teoria Decolonial aponta a persistência da Colonialidade — padrão que vai além do aspecto econômico: demarca formas de poder, modos de saber e de ser que sobrevivem ao fim do colonialismo formal e continuam a organizar as relações sociais, políticas, culturais e epistêmicas. Nesta obra, que analisa as relações entre Teoria Decolonial e educação formal, busca-se refletir possíveis contribuições desta perspectiva teórica para analisar os conhecimentos selecionados e legitimados nos currículos escolares oficiais, a partir da análise do caso específico da disciplina de Ensino Religioso em contexto Amazônico.