TEO, nosso personagem principal, vem dar voz e lugar à realidade de muitas famílias ao redor do mundo. A especificidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA) traz à tona o aumento alarmante de casos, as dificuldades do diagnóstico, o estigma da deficiência, a falta de acesso da maior parte da população aos especialistas que compõem a equipe interdisciplinar, ao medo do futuro, que ronda pacientes e familiares, além de várias outras questões que compõem este cenário.
Ao mesmo tempo que TEO chega ao mundo com todas as suas peculiaridades, o pano de fundo mostra a angústia, o medo, o cansaço e a luta diária das famílias em busca de cuidados especializados, especialistas experientes, inclusão real na escola e na sociedade.
As dificuldades no diagnóstico, a falta de especialistas com formações específicas, a não aceitação das famílias e uma infinidade de outros elementos nos obrigam a pensar e a fazer diferente em prol de uma parcela da população que cresce cotidianamente.
Nesta história, não temos mocinhos nem vilões. Temos uma condição de pessoas que lutam diariamente por melhores condições de cuidado, visibilidade real e inclusão social efetiva, sem o estigma e os adjetivos pejorativos que colecionaram ao longo de tantos anos, em decorrência do desconhecimento, da ignorância e da própria exclusão.
Este não é um manual diagnóstico nem pretende sê-lo. Mas é um alerta para aqueles que possuem condições e situações atípicas em casa, na família ou na escola, um esclarecimento básico sobre o universo TEA e, também, um pedido para que façamos uso daquilo que mais diferencia a nossa espécie de outras, a humanidade. Mas humanidade no seu sentido mais amplo, o de demonstrar empatia com todos, sem o vício da piedade.
Pessoas com TEA não precisam de nossa pena ou dó. Elas precisam ser vistas, ouvidas, tratadas e incluídas tal como merecem, tal como todos merecem.