Em meio aos ventos da Restauração Portuguesa, iniciada em 1640, Portugal buscava mais do que a independência da monarquia castelhana: precisava convencer o mundo de que era, novamente, uma monarquia soberana. Com a aclamação de D. João IV, o antigo Duque de Bragança, começou uma jornada diplomática ousada. No cenário internacional, porém, o novo rei era visto apenas como um "rebelde", o que tornava o desafio ainda maior. Para conquistar legitimidade, Portugal lançou mão de uma arma estratégica: o envio de embaixadas. Este livro, fruto de uma árdua pesquisa de doutoramento, mergulha nas missões enviadas a Roma, centro da Cristandade e palco das grandes disputas de poder da época — o chamado "Teatro do Mundo". Entre conclaves, pressões políticas e a forte presença castelhana, os diplomatas portugueses enfrentaram uma batalha silenciosa, mas decisiva: conquistar o reconhecimento papal. Mesmo diante dos inúmeros obstáculos, a "diplomacia rebelde" não recuou. Persistiu por décadas, até alcançar, em 1671, a confirmação que mudaria o destino da monarquia portuguesa.