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Teatro da ruptura: Oswald de Andrade

Teatro da ruptura: Oswald de Andrade

Sinopse

Para a crítica brasileira, Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, é o primeiro marco da literatura dramática moderna no Brasil. Ninguém duvida da justeza desse juízo, quando se pensa que, ao valor da peça, se somou a brilhante montagem de Ziembinski para Os Comediantes, estreada em dezembro de 1943. Como espetáculo, realização teatral autêntica, a afirmação é definitiva. "Sob o prisma da dramaturgia, porém, cabe reivindicar a precedência da obra de Oswald de Andrade: O Rei da Vela (escrita em 1933 e publicada em 1937), O Homem e o Cavalo (1934) e A Morta (1937). Muitas das inovações dos textos de Nelson Rodrigues já se encontram nos de Oswald de Andrade". Este é o ponto de partida de Teatro da Ruptura: Oswald de Andrade, de Sábato Magaldi. Rompendo com a desconfiança (e, por vezes, declarada má vontade) da crítica em relação à obra teatral de Oswald, Sábato Magaldi, após uma releitura atenta de suas peças, concluiu pela "importância excepcional dessa dramaturgia". Expondo os seus pontos de vista com clareza e um profundo conhecimento do teatro (em sua dupla vida como obra literária e realização teatral), analisa todas as peças do autor paulista (inclusive inéditos), assinalando a evolução libertadora de Oswald a partir das primeiras experiências, redigidas em francês. O criador autêntico e inovador se firma na "análise furiosa" da realidade brasileira e das classes dominantes, expressa em O Rei da Vela; na condenação implacável da civilização burguesa ocidental, formulada em O Homem e o Cavalo, até a busca de um novo (e talvez equivocado) caminho, na tentativa lírica de A Morta. Voltando à sua proposição inicial, Magaldi analisa semelhanças fundamentais entre a obra teatral de Oswald e de Nelson, concluindo que, se não houve influência do paulista sobre o pernambucano, pelo menos é inegável a sua precedência.

Autor

Sábato Antonio Magaldi nasceu em Belo Horizonte, MG, em 9 de maio de 1927. Professor, escritor e crítico de teatro, é um dos mais expressivos pensadores do teatro brasileiro. Sua atuação como crítico se iniciou em 1950, no jornal Diário Carioca, e seguiu principalmente pelos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, onde se aposentou em 1988. Na universidade, depois de formar-se em Direito, obteve o certificado de Estética da Sorbonne; doutorou-se na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Humanas (USP), com a tese O Teatro de Oswald de Andrade; fez livre-docência na Escola de Comunicações e Artes (USP), com a tese Nelson Rodrigues: Dramaturgia e Encenações; e se tornou, em 1987, professor titular de Teatro Brasileiro. Além de lecionar na Universidade de São Paulo, Sábato foi professor associado da Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle) e da Universidade de Provence (Aix-en-Provence), e proferiu conferências em países como Alemanha, Itália, França, Portugal, Áustria, Chile, Argentina, Uruguai e Peru. É autor de inúmeros livros, artigos e prefácios, entre os quais os livros Panorama do Teatro Brasileiro,Iniciação ao Teatro, Nelson Rodrigues: Dramaturgia e Encenação, O Texto no Teatro, Moderna Dramaturgia Brasileira, entre outros. É vencedor de mais de quinze prêmios, entre os quais o Prêmio Jabuti de Teatro (1963 e 1965), o Prêmio Molière (1976), o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (conjunto da obra – 1990), o Prêmio Especial da Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo (1994) e o Prêmio da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (1995). Em 1995, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras. Pela Global Editora tem publicadas as seguintes obras: Panorama do Teatro Brasileiro, Teatro da Obsessão: Nelson Rodrigues e Teatro da Ruptura: Oswald de Andrade. Além dos três livros, dirige a coleção Melhor Teatro.