Tarantismo. Envenenamento por picada de aranha?
No extremo da península salentina, outra explicação não havia para aqueles surtos de violenta agitação. Uivos, saracoteios, correrias, gargalhadas — tudo impregnado de exuberante sensualidade. E a ninguém surpreendia que a temível tarântula vitimasse, desde sempre, apenas mulheres. Para se livrar do veneno, a Giuseppina Palumbo restava recorrer ao ritual das tarantelas e invocar a força de São Paulo, protetor das tarantatas. Cura definitiva, porém, parecia não haver, ou talvez ela estivesse muito longe dali.
Guiados pela esperança, os Palumbo decidem emigrar para o Brasil, rumo à cidade que tem o nome do santo. Na periferia paulistana, terão por vizinho Marçal Quintalusa, um jovem professor de piano que logo cairá fascinado pela escuridão nos olhos da italianinha.