O livro que o caro leitor está folheando neste momento pode ser considerado raro e precioso.
Raro, porque os sonetos nele impressos, adotando o estilo clássico surgido no Renascimento, apresentam uma forma fixa: contêm 14 versos, a maioria deles decassílabos, mas todos invariavelmente rimados, distribuídos em quatro estrofes constituídas por dois quartetos e dois tercetos.
Além disso, tais versos possuem acentuação sempre na terceira e na sexta sílabas, justificando o termo italiano sonetto, que significa "pequeno som". Você sabia que, ao lermos tais poemas em voz alta, uma sonoridade sutil e harmoniosa cativa os nossos ouvidos? Convenhamos, isso é algo bastante incomum nos dias de hoje…
Precioso, porque o autor, escapando da jaula da estrutura fixa dos poemas, alça sublimes voos líricos e poéticos ao abordar os mais variados assuntos — como os amores, fracassados ou não, e a temática da juventude, da velhice, da vida, da morte e ressurreição do ser humano —, respondendo, com maestria, às famosas indagações existenciais: de onde viemos? O que somos? Para onde vamos?
Contudo, há também vários poemas leves e mesmo humorísticos, de modo que o livro é muito equilibrado e prazeroso de se ler, conduzindo a pessoa que o comprou por uma maravilhosa estrada que a leva a experimentar fortes emoções estéticas e — por que não? — a esboçar um discreto sorriso de vez em quando… Esta foi a intenção do autor ao escrever os sonetos: instruir, fazer pensar, divertir e emocionar os seus leitores — e creio que tal meta foi plenamente atingida.