Lixo. Palavra de quatro letras, duas sílabas e vários desdobramentos. Para uns é apenas algo que não tem utilidade. Para outros, esse rejeito se converte em dinheiro, arte, algo que pode e deve ser reutilizado. Depende do ponto de vista. E é para mostrar os desdobramentos que o lixo possui numa sociedade, que surgiu o livro Sociedade do Lixo, escrito pelos jornalistas Analúcia Neves, Juliano Schiavo e Lucas Claro. "Esse livro foi produzido como trabalho de conclusão de curso de jornalismo em 2008. São seis histórias reais revelam o retrato de uma sociedade que, costumeiramente, vive esquecida, deixada de lado: a Sociedade do Lixo", destacou Juliano. Nessas reportagens é possível encontrar personagens que trazem a história dos que lutam para ser reconhecidos como vítimas de um acidente com lixo radioativo. Ou, ainda, ver que do lixo de uns, há famílias que sobrevivem e conseguem melhores condições de vida. Um olhar mais apurado permite observar um ciclo: da xepa das feiras ao prato de uma criança. É uma sociedade invisível, que se expõe em forma de reportagens jornalísticas. Outras personagens revelam que um eletrodoméstico quebrado pode ser transformado em algo útil. Basta uma boa dose de vontade, paciência e criatividade. Já na questão da consciência ambiental, um saco plástico não é necessariamente algo que deve ser jogado fora: ele pode se transformar numa bolsa e gerar renda. E de renda, há quem entenda: o lixo pode criar impérios, basta visão e investimento. E nessa linha, sempre com um pano de fundo tecido com lixo, histórias se revelam e se abrem em reportagens com dados atuais e que deixam alguns questionamentos: por que não diminuir o consumo desenfreado dos recursos naturais? Chegará o momento em que, sem lugar para "esconder" o lixo da visão humana, ele contracenará com o pôr-do-sol? É parar para pensar. E ler também.