No livro Sobre o corpo, do escritor cearense Nonato Nogueira, os espaços se abrem a cartografia corpo em forma poética, corpo que é palavra, música e silêncio, dança de sentidos, imagem fotográfica, roteiro de sensações e desejos. Corpo que transcende a alma, corpo humano, corpo devorado por desejos desumanos. Composto de quarenta e sete poemas e treze ilustrações de Sol Oliveira com micropoemas, o livro é uma verdadeira tradução do corpo por vezes humano, outras vezes desumano. O corpo humano que não é um "corpo" entre outros "corpos". Mas sim, um existencial, um modo de ser-no-mundo. Corpo de carne e osso. Corpo que é alma desnuda de desejos. Corpo santo. Corpo profano. Corpo perfumado por flores que celebram a beleza da vida. Corpo que é o rochedo que forma e celebra a estabilidade. Corpo que é forma de celebrar a vida: organismo que tem vida própria, dotado de razão e emoção. O livro é uma verdadeira tradução do corpo. Uma cartografia que delimita os espaços temporais da vida. Corpos coloridos de desejos, pintados pelo artista na sua nudez perfeita. Corpo que é memória. Corpo que arrebata os mais loucos sentimentos desenhados na folha de papel. Corpo que devora os corpos tímidos dos amantes loucos, anjos tímidos e profanos. Amantes dos amantes embriagados de paixão. Todos esses sentimentos estão contidos nas linhas dos seguintes poemas: sobre o corpo, o corpo que sangra, o corpo translúcido, teu fogo incinera meu corpo, o perfume do teu corpo, corpo rosa, parede nua, universo do teu corpo, corpo desnudo, o vento acaricia teu corpo, corpo em pedaços, o corpo mecânico, o poema do corpo, corpos marcados, corpo quente, tua língua, no latifúndio do teu corpo, tuas unhas no meu peito, orgasmo, corpo profano, corpo santo, anatomia do corpo, o corpo cronológico, dentro de tuas roupas, as curvas do teu corpo, corpo leve, corpos, corpo insano, corpo esquecido em mar aberto, corpos indivisíveis, corpo ardente, corpo em movimento, corpos dolentes, corpo real, a mulher que amei, corpo à deriva, delírio febril, corpos que transgridem o verbo, boca da noite, teu corpo, corpo sem razão, corpo fatal, corpo mortal, corpo de domingo, corpos orgânicos, corpo divino, corpo iluminado. O volume conta com um texto de abertura "Aos que desprezam o corpo" de Nietzsche, filósofo alemão. O processo de edição do livro ocorreu de forma independente. As ilustrações são do artista Sol Oliveira, que gentilmente cedeu as imagens para o livro. A capa é criação de Débora Nogueira de Oliveira.