Situar a linguagem, primeiro volume do díptico ""Investigações sobre linguagem situada"", promove a discussão do que se pode/deve compreender por linguagem situada no mundo social a partir e em função de tradições e perspectivas de investigação diferenciadas, embora convergentes em diferentes níveis e graus. Os trabalhos aqui publicados foram produzidos por acadêmicos filiados a diferentes disciplinas e instituições no país e no exterior e têm em comum o enfrentamento de questões teórico-metodológicas surgidas com a focalização da lingua[gem] situada, não descolada de contextos de uso e práticas específicas de interação social. Esse enfrentamento promove percursos de investigação que, em diferentes níveis e graus, são transversais a campos disciplinares e tradições específicas e não excluem a indecidibilidade e a incompletude como elementos constitutivos, e não residuais, de toda investigação mais atenta às realidades lingüístico-discursivas do mundo contemporâneo. A dimensão transdisciplinar desses percursos é fruto das necessidades e das (im)possibilidades que foram sendo criadas e/ou detectadas ao longo dos caminhos de pesquisa e não um traço unificador apriorístico dos estudos apresentados. Dentre essas necessidades e (im)possibilidades, são de particular interesse as relacionadas aos construtos linguagem, competência linguística, variação linguística e contexto, produzidos pela ciência linguística dos séculos XIX e XX, quando confrontados com a multiplicidade, a heterogeneidade e o dinamismo de contextos e práticas socio-culturais contemporâneos, associados às transformações dos instrumentos e práticas de pesquisa sobre linguagem no mundo social; e, por outro lado, com as indagações de natureza epistemológica, ética e estética do pensamento científico pós-popperiano.
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