Os originais de Sinfonia Engenho Novo foram escritos há 35 anos, permanecendo até agora inéditos por conta da timidez e excesso de autocrítica do autor. A obra foi criada a partir de sua vivência no subúrbio carioca, onde a vida aparentemente flui sem acontecimentos notáveis, os quais, entretanto, não passaram despercebidos ao olhar arguto de Dilson.
O livro é um amálgama de romance/novela/memória/conto/crônica/ensaio, que não destoa do novo modo de escrever "ficção", praticamente inaugurado por Robert Musil. Seus longos e melodiosos períodos, à moda de Proust, têm a intenção, aliás consumada, de conduzir o leitor ao reino da música e da arte, reverenciada, sobretudo, na descrição do funeral de um personagem.
De ora em diante, cabe ao público avaliar este volume, que deixa em aberto a possibilidade de nova exposição do que se passa, em termos de criação literária, na mente de Dilson Fonseca.