Em Simone Weil, a colonização é um fenômeno que não se limita aos aspectos políticos. Suas engrenagens, além de atingir instâncias geopolíticas e, como extensão, as particularidades econômicas, está mais significativamente assentada sob as condições de depreciação da própria vida, mais especificamente num domínio que se efetiva sobre a identidade espiritual, intelectual e moral de uma pessoa, uma comunidade, um povo. Assim, a colonização se fixa sobre a espoliação das forças de pertencimento que constituem o sonho de ser e existir propriamente como uma individualidade. Toda colonização comporta um desenraizamento. Weil fez da colonização o elemento central para refletir sobre política como um todo e, como consequência, marcar os contornos de sua crítica à civilização. Decepcionada com o conjunto dos movimentos sindicais e participação política a que se tinha dedicado, opta por abandonar a militância e decide direcionar suas forças físicas e intelectuais numa luta tanto contra a guerra, quanto contra o colonialismo.