Este livro parte de uma pesquisa sociológica sob a intenção de compreender em que medida o imaginário simbólico foi utilizado para a comunicação do valor da não-violência durante a liderança política de Mahatma Gandhi na Índia.
Para tanto, parte-se uma base de estudo hermenêutica que pretende a aproximação do contexto social e histórico indiano e da conjuntura política encontrada durante o processo de independência na Índia, bem como da relação que Gandhi mantinha com a não-violência a ponto de torná-la um valor norteador de ações privadas e públicas durante sua vivência e sua liderança política.
Sendo assim, são analisados na pesquisa os sentidos atribuídos por Gandhi a ahimsa (não-violência) e a satyagraha (busca pela Verdade), assim como as principais influências e críticas feitas à doutrina não-violenta. Finalmente, são analisados os principais símbolos apropriados por Gandhi durante a luta pacífica tendo em vista que eles foram a base para as campanhas de desobediência civil indiana e formaram toda a estratégia de educação e mobilização pacífica local. Nesta pesquisa foram analisados principalmente a roca, a Marcha do Sal, os jejuns e o testemunho de vida de Mahatma Gandhi.
O estudo mostra ainda que tanto os símbolos utilizados por Gandhi quanto a sua visão a respeito da não-violência estiveram pautados na relação com o divino e apontavam para a realização de uma caminhada espiritual necessária a qualquer indivíduo.