Silenciamentos rompidos: professoras premiadas no combate ao racismo reúne debates teóricos e experiências docentes sobre a educação antirracista brasileira, as possibilidades e os desafios para a efetivação da alteração da Lei de Diretrizes e Bases pela Lei 10.639/2003, responsável por incluir a obrigatoriedade do ensino sobre a história e cultura africana e afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino do Brasil. Mergulhando nas raízes do racismo em território nacional, explica-o por meio do conceito psicanalítico de enquadre, um conjunto de marcos e normas conscientes e inconscientes que se relacionam à expressão de comportamentos humanos, vinculados às manifestações do racismo no Brasil: o escravismo, o tratamento inferior concedido ao negro no período pós-Abolição, a legitimação ideológica da inferioridade do negro por meio de ideias eugênicas e fundamentadas no darwinismo social no período da República Velha e a Constituição de 1988, que inaugurou o enquadre do negro como sujeito de direitos. Além disso, a obra descreve a trajetória do Movimento Negro Brasileiro, que sempre teve a educação como bandeira de luta e foi responsável por reivindicar a equidade educacional no século XX; traz debates sobre os impactos psicossociais do silenciamento do racismo e da persistência do mito da democracia racial no ambiente escolar, defendendo que a escola é lócus privilegiado de enfrentamento a esse problema social; e aborda a relevância da decolonialidade do saber, do ser, do poder e de gênero, e do reconhecimento das opressões interseccionadas de gênero, raça, classe e outras categorias, para efetivar uma educação antirracista nesta segunda década do século XX. A educadores, gestores escolares e gestores públicos da área, esta obra oferece ainda orientações práticas para que a educação antirracista seja uma realidade cada vez mais presente nas escolas brasileiras.