No universo de mangás, é comum ouvirmos os termos "shounen", "shoujo", "seinen" e "josei". Essa divisão é um elemento peculiar, possivelmente único, da indústria japonesa de quadrinhos e que causa muita dúvida entre os fãs. Originalmente uma dissertação de mestrado, este livro se propõe a investigar as origens das tais "demografias de mangá", aqui chamadas de gêneros editoriais, abordando desde a relação entre os mangás infantis e a antiga indústria editorial de revistas literárias e, como o contexto social japonês, em especial as questões de gênero e de sexualidade, de forma mais ampla se relaciona com a emergência e desenvolvimento da indústria de mangá, que aparentemente já nasceu dividida entre "público masculino" e "público feminino", ao menos quando se trata de revistas mainstream de mangás infantis. A partir de uma contextualização sobre gênero e sexualidade da Era Meiji (1868-1912) em diante e da análise de quatro grandes pesquisadoras sobre mangá, o presente livro busca entender melhor o que está em jogo na forma como a indústria de mangás se organiza no Japão.