Em viagem pelos sertões de Goiás, durante a década de 70, o autor pesquisa relatos históricos, convive com sertanejos, interfere nas dissensões de dois inimigos valentes, ambos influentes nos meios sertanejos. O relado, mais que relato se transforma em defesa dos meios de vida representados pelas pequenas catas de garimpo. Exposição de uma realidade pouco conhecida excessivamente critica, miserável, demonstra o viver de centenas de sertanejos aferrados à esperança e ao desejo de encontrarem ainda que minguado, o ouro que lhes proporcionará meio de vida. A descrição dos caminhos trilhados a lombo de burro, ressalta os incêndios dos cerrados, a força do vento, o empobrecimento das terras, e muito vem resumido em períodos linguísticos de interessantes comparações. O fogo passa, se alastra, promove o empobrecimento das terras, esparge as cinzas, cria a falsa, a ilusória ideia de que a brotação nova ressurgirá em força redobrada, promovendo a fertilidade, a parição e a engorda do rebanho. As cinzas serão transportadas pelo vento, lavadas pelos primeiros e fortes aguaceiros, deixando à deriva uma terra empobrecida de humos, peleiros que se sucederão a reverberarem o calor que despreende de um solo desprotegido e praguejado.