Serafim Ponte Grande é uma obra de Oswald de Andrade que se configura como uma sátira ao Brasil moderno e suas contradições, misturando crítica social, humor e uma visão libertária da realidade nacional. O romance questiona as estruturas de poder e os valores tradicionais, ao mesmo tempo em que expõe a busca incessante do indivíduo por sua identidade em meio a um cenário de transformações rápidas e profundas.
Publicada em 1933, a obra apresenta um estilo inovador e experimental, com influências do modernismo e do surrealismo, explorando a fragmentação e a subversão das convenções literárias. Os personagens, como Serafim, representam uma resistência ao conformismo, transitando entre a loucura e a razão, enquanto a trama aborda temas como a alienação, o desespero existencial e as tentativas de transcendência no contexto de uma sociedade em desintegração.
A relevância de Serafim Ponte Grande persiste devido à sua crítica mordaz à sociedade brasileira e suas estruturas opressivas. A complexidade de seus personagens, que buscam um sentido para suas vidas em meio ao caos, e a maneira como a narrativa desafia as convenções literárias continuam a oferecer reflexões sobre as tensões entre a busca pessoal e a coletividade. O romance, com seu tom irreverente e experimental, permanece um marco da literatura brasileira.