Este livro teve origem na pesquisa de mestrado em Educação defendida na PUC-Rio em 2013. Com o objetivo de identificar e discutir elementos do imaginário tecnológico vivenciado por professores, buscou analisar como estes atravessariam as práticas pedagógicas e as relações que os docentes estabeleciam com os estudantes no contexto da cultura digital. Também visou compreender como os professores percebiam e sentiam o "seu lugar" face às mudanças pelas quais vinha passando a profissão, em tempos de massificação do acesso às tecnologias digitais. Por meio da realização de entrevistas com docentes de Ensino Médio, de escolas estaduais de formação docente localizadas na cidade do Rio de Janeiro, os resultados indicaram que o imaginário tecnológico partilhado por esses profissionais apresentava aspectos do mito da digitalização, segundo o qual prevalecia a crença de que haveria maior distanciamento entre gerações na cultura digital e a concepção de que os jovens seriam experts na utilização de tecnologias, frente a adultos pouco qualificados nesse quesito. Além de questões como formação insuficiente para a utilização das tecnologias e falta de tempo para o desenvolvimento de diferentes propostas pedagógicas, o imaginário tecnológico pareceu ser um fator que incidiu sobre o baixo uso das tecnologias em sala de aula. Diante desse panorama supostamente negativo, a profissão docente ainda seria legítima? Uma nova forma de mediação, a "mediação tecnológica", pareceu nos indicar que sim.