Na busca por alternativas que nos conduzam a um caminho de mudança estrutural, torna-se fundamental a consciência sobre as faltas e as falhas que nos sustentam, sendo uma delas a falta de sensibilidade. A supervalorização da razão restou por deixar de lado a importância mobilizadora do sentir e se deixar afetar.
Assim, afetada de forma consciente por essa falta, pela carência da sensibilidade e da estética nas relações sociais, educacionais, jurídicas, todas elas políticas, a presente pesquisa buscou responder à seguinte questão: como ultrapassar a abstração dos Direitos Humanos, materializando-os e exercitando-os nas práticas cotidianas para além da sua formalização e garantia legal?
Os estudos realizados permitem elaborar como hipótese que: a sensibilidade mobilizadora e mobilizada através da arte pode se revelar como um fundamento propício para a materialização de Direitos Humanos.
O resgate da dimensão sensível do ser humano, utilizando a arte como ferramenta mobilizadora, possui a potência de contribuir para um processo cognitivo que nos habilita a pensar de forma crítica e ética os Direitos Humanos. Isso a partir do despertar da afetividade e, com ela, das capacidades de vinculação, de cuidado e de compromisso com a natureza e com o outro – empatia. O resgate da beleza (da estética) da vida proporciona relações de cuidado, uma vez que a vida do outro (ser humano, natureza) passa a ser valorizada.