A sensação do universo expandindo (ou de suas paredes se fechando), a sensação de sempre estar atrasada em relação ao movimento das plantas, a sensação primitiva de se estar na fronteira do tempo… Um castelo onírico ecoando Kafka, aquilo que se esconde por trás dos movimentos de Júpiter ou Saturno, ou de que planeta seja que venha a poesia: é desta vasta matéria – e de tantas outras reflexões e percepções sutis ou agudas – que se vale Sofia Vaz neste seu livro de estreia, em tom de conversa íntima com o leitor, para revelar o que se esconde na fronteira entre o normal e o sublime.