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Semiótica da Libras

Semiótica da Libras

Sinopse

A linguagem humana tem ao seu favor a capacidade de mobilizar diversos recursos pelos quais pode se manifestar: a voz, a gestualidade, a escrita, a música, a pintura, a esculturação, entre outros, que expressam, cada um ao seu modo, as ideias e os sentimentos do homem. De qualquer forma, a humanidade sempre desenvolverá maneiras para operar a semiose — a união de um plano de expressão e um plano de conteúdo que resulta em um texto. Nesse sentido, o texto manifestado em modalidade visual-espacial tem suas singularidades. Os estudos linguísticos das línguas de sinais, que desde seu início, em meados dos anos 1960, priorizaram o reconhecimento delas como línguas naturais, têm buscado enfatizar como são suas características diversas. Fato é que, independentemente de sua manifestação, todo texto, enquanto enunciação, solicita certa organização interna para que cumpra seu papel: fazer-se compreender. Para esse propósito, está pressuposto que haja, portanto, um sujeito organizador do texto, um enunciador e um perfil de leitor visado, um enunciatário. Logo, aquilo que é dito prevê uma maneira de dizer e isso não seria diferente para as línguas de sinais, como a Libras, dado que seu status linguístico já foi amplamente comprovado. Assim, a produção textual em Libras é tomada por nós como objeto de análise semiótica, a fim de se alcançar uma descrição de como o material linguístico mobilizado nesta língua (seu modo de dizer) possibilita tal organização enunciativa no ato de manifestação textual do discurso (o que é dito). Isso porque a nossa hipótese de partida é a de que o texto, independentemente de ser manifestado de forma visual-espacial ou oral-auditiva, está a serviço de um projeto de persuasão do enunciador em relação ao fazer interpretativo do enunciatário. Tal projeto é levado a cabo a partir de procedimentos operados pelo enunciador na manifestação do discurso para gerir o acesso do enunciatário visado aos valores que estão presentes no conteúdo do texto, operação que a teoria semiótica de linha francesa denomina procedimentos de textualização.