A democracia não é um regime naturalmente dado: é o desejo pela liberdade que impulsiona um povo a conquistá-la. O que pouco se sabe e se discute nos debates políticos – seja na academia ou nas conversas do dia a dia – é que a democracia representativa como conhecemos hoje, exercida por meio de representantes eleitos, surgiu a partir do envolvimento político dos puritanos, na Inglaterra do século XVII.
Já no século XVI, a Reforma Protestante havia regado a semente desse tipo de governo, adormecida desde a República Hebraica, quando cristãos passaram a eleger os líderes de suas igrejas.
Com argumentos sólidos e bem fundamentados, o livro "Sem puritanos, Sem democracia" narra os eventos históricos que culminaram na expansão desse novo regime, do ambiente eclesiástico para as esferas governamentais da sociedade.
A obra não se propõe, no entanto, a ser apenas uma revisão histórica. De modo perspicaz e envolvente, o autor mostra como os princípios e valores defendidos pelos puritanos influenciaram na estruturação da democracia que temos hoje.
Uma leitura acessível e agradável que revela uma perspectiva pouco vista e, até mesmo, negligenciada desses notáveis e valiosos eventos históricos.