Selvagens & Baderneiros: representações e subjetivação do punk no Correio Braziliense (1990-2014) é uma análise histórica de processos de constituição de subjetividades delineadas a partir de representações de sujeitos e comunidade punk no discurso do jornal Correio Braziliense. Apoiando-se em uma abordagem discursiva das representações, perspectiva baseada em estudos de Michel Foucault e Stuart Hall, o livro é focado em um conjunto de reportagens, notícias e notas jornalísticas que assinala a historicidade das formas de ver e de se falar dos punks na mídia nas últimas décadas, desvelando e desconstruindo os sentidos e significados de enunciados que difundem e reforçam culturalmente, sobretudo, estereótipos acerca do movimento punk. A desnaturalização de imagens nas quais o punk aparece associado a cenários e adjetivações que remetem à violência, à selvageria, à criminalidade, ao vandalismo, à delinquência e à baderna é um dos escopos centrais desta obra, que, nesse percurso, atenta para as condições de produção, funções e finalidades dessas representações que orientam, discipli- nam e regulam comportamentos, relações sociais e o próprio sujeito punk que escapa à lógica normativa/capitalista das identidades. É uma análise que visa a propiciar a compreensão de certas tecnologias ou pedagogias sociais que incidem sobre as subjetividades e operam não sem resistências, refletindo interesses, valores, normas e posicionamentos daqueles que falam sobre o punk no diário analisado. Destina-se, pois, tanto a pesquisadores dos processos de produção de sentidos e efeitos de subjetivação nos media quanto ao público em geral interessado na temática do punk.