Na sociedade contemporânea, assim como já acontecia nas sociedades hedônicas antigas, somos impelidos a buscar o prazer em todo o tempo e muitas vezes também, a qualquer custo. Busca-se o prazer a todo custo e evita-se ao máximo a dor. Por quê? Porque fomos condicionados a acreditar que dor é coisa ruim, é coisa do mal. A criança corre e ao cair vai até a mãe buscando conforto, contudo, ao invés de ouvir uma palavra carinhosa, uma atitude de acolhimento, a mãe diz:
— Tá vendo! É Castigo! Falei para não correr...
E assim a nossa mentalidade acerca da dor vai sendo constituída. Internalizamos inconscientemente que, sentir dor é sofrer e sofrimento é castigo. Você de alguma maneira não tem se comportado bem e merece padecer.
O livro Seja bem-vinda, querida dor, procura trazer uma reflexão acerca do papel da dor em nossa existência — e do sofrimento que é oriundo dela, principalmente no âmbito psicológico — e seu impacto crucial no desenvolvimento do ser e sua maturidade, assim como no florescimento da resiliência. Esta obra te conduzirá a rever seus conceitos sobre a dor e a descobrir os presentes ocultos que ela, ao longo de nossa história, nos oferece.