Cada vez mais é evidente a demora na referência de pacientes para o acompanhamento em cuidados paliativos, chegando à unidade com prognóstico desfavorável, sendo frequentemente necessário o início da sedação paliativa para proporcionar bem-estar. Diante dessa situação, pude observar a complexidade na abordagem e, consequentemente, na aceitação por parte do paciente enquanto ainda conserva sua autonomia, ou por parte do familiar, que frequentemente apresentam dificuldades para compreender não apenas a sedação paliativa, mas também os princípios e objetivos do cuidado paliativo. A maioria das vezes, os familiares estão presentes quando o paciente vivencia o sofrimento físico, emocional e espiritual. Manter uma conversa clara, sincera, baseada na humanização e na ética, sentar ao lado do paciente, segurar sua mão, esclarecer suas dúvidas e incertezas, ajudaram a tornar o procedimento menos ameaçador e mais compreensível. Isso possibilitou uma autorização mais tranquila, proporcionando alívio e conforto tanto para o paciente quanto para seu familiar acompanhante. Presenciar tais eventos no meu dia a dia me perturbava, levando-me a buscar informações, a me aprofundar no assunto para poder esclarecer qualquer incerteza que surgisse e assim explorar a sedação paliativa para além do aspecto técnico. Apenas compreender as técnicas apresentadas não foi o bastante para mim, senti a necessidade de aprofundar ainda mais meus estudos sobre fenomenologia. Dessa forma, busquei ampliar meus conhecimentos a fim de analisar com mais profundidade as discussões relacionadas à sedação paliativa. Meu objetivo era ajudar as pessoas a lidar com a doença, promovendo práticas terapêuticas eficazes e buscando aliviar os sintomas para melhorar a qualidade de vida.