No início do século XXI, o samba, no Brasil, e o fado, em Portugal, foram reconhecidos por órgãos nacionais e internacionais como expressões culturais simbólicas das identidades brasileira e portuguesa. Contudo, se ocupam, atualmente, um lugar no panteão nacional de seus respectivos países no âmbito da música, a análise de seus percursos históricos expõe interpretações dissonantes acerca dos critérios capazes de defini-los como manifestações genuínas da nacionalidade.
Este livro coloca em perspectiva histórica as diferentes leituras sobre o povo e a nação presentes no processo de construção do samba e do fado como símbolos identitários nacionais. Expõe, assim, os discursos da e referente à música presentes em distintas camadas históricas, que reivindicam identidades fissuradas resultantes da diversidade de elementos que compõem as ideias de povo e nação.