Entre sombras metafísicas e clarões de lucidez impiedosa, Schopenhauer e a Filosofia acompanha a travessia de um dos espíritos mais inquietantes do século XIX, revelando não apenas o edifício conceitual de sua obra, mas a alma ferida que o ergueu. Cada capítulo aproxima o leitor da paisagem interior onde nasceram suas ideias: o pessimismo radical, a descoberta da Vontade como essência cega do real, a representação como véu do mundo, a ética da compaixão, a música como porta para o indizível, a ascese como último gesto de liberdade. A narrativa funde rigor filosófico e prosa meditativa, percorrendo a vida do pensador — a infância marcada por rupturas, o suicídio do pai, o antagonismo com a mãe, a solidão de Frankfurt, o diálogo silencioso com Kant e o confronto inevitável com Hegel — para mostrar que sua filosofia não é construção abstrata, mas confissão existencial destilada. Obra que ilumina e fere, conduz o leitor ao lugar onde toda ilusão se desfaz e apenas a verdade permanece: a compreensão de que o mundo é movimento incessante de uma força que não sabe o que quer — e que é justamente nesse reconhecimento que pode nascer a rara e grave serenidade de quem finalmente vê.