Busco com este livro, que é fruto de dissertação de mestrado em Antropologia, por meio de pesquisa em um Centro de Referência em Saúde Mental, trazer uma série de reflexões acerca da questão da saúde mental do público LGBT no Sistema Único de Saúde.
Tais reflexões perpassam o histórico da instrumentalização da loucura e diversas ferramentas científicas, médicas e jurídicas para marginalização de populações historicamente encarceradas e patologizadas. Objetivo também refletir sobre a ética em pesquisa e os limites e possibilidades de avanço na formação de profissionais e políticas públicas para entender a saúde da população LGBT, principalmente em torno da saúde mental.
A pesquisa combina a análise do fazer médico-científico hegemônico, reconhecendo a existência de corpos e condutas sociais marginalizadas, e dos impactos da Reforma Psiquiátrica com as consequentes mudanças de paradigmas referentes à patologização de populações historicamente marginalizas, criminalizadas e encarceradas.
A importância das reflexões se constrói em relação aos profissionais do Centro, ao impacto da pesquisa no campo e no texto, também entendendo a necessidade de fortalecimento do SUS, de políticas para reflexões que contribuam para a atuação de profissionais, assim como o avanço das formulações e sensibilidade a romper com manicômios internos que temos que abolir no nosso cotidiano.