Neste livro, a autora chega a nós com a leveza, aconchego e respeito como um abraço dado em alguém que está desnudo emocionalmente onde a força das palavras e do toque pode causar estranheza e alento com descobertas duras, frias e realistas.
Ela traz um tema provocante, com a nudez desprovida de anteparos e palavras meigas. Traz as histórias de vida contada pela vida de cada uma, sem lentes coloridas e sem proteção ao sol. A escolha da pesquisa quantitativa e qualitativa se junta na forma que cada uma viveu a sua história, não importando como aconteceu de fato, mas como foi vivida e elaborada dentro do recurso interno que cada um de nós se utiliza para lidar no aqui e no agora, no passado e quiçá no futuro mais longínquo.
O livro chega num momento que a sociedade precisa rever suas conquistas afetivas com o devido respeito que todos merecem por chegar até onde chegou. Carregando, puxando ou mesmo empurrando sua história de vida e nela os personagens, momentos e afetos que foram importantes positivamente ou negativamente no viver da vida.
Vale ler e pensar, que muitas vezes alguém, perto de você, quer contar uma história, com angustia, ansiedade ou mesmo contar para se ouvir, elaborar psiquicamente e guardar com zelo um fato de importância única e vital. É a pesquisa que faltava para esse alinhavo de pontos soltos e perdidos num bordado de linhas coloridas que muitas vezes o preto vem compor como cor e não como ponto final. Soraya Kátia Rodrigues Pereira