Rocambole de carne à Copacabana mostra-se um romance policial na mesma medida em que escapa desse rótulo (e de qualquer outro). Seus autores-cozinheiros manejam os ingredientes sumariamente mencionados, dosando-os com irreverência e libido. Um pastiche de chiaroscuro, com sombras que não mais inundam a tela do espectador, limitando os contornos dos corpos ficcionais presentes e colocando-o (assim como seu protagonista) em dúvida acerca do que se vê. Não, o Rocambole de carne, como o prato que lhe dá nome, ilude às claras: as formas, aqui, são maleadas sem a necessidade de sombras, escondendo-se mais nas linhas do que nas entrelinhas. São acontecimentos e personagens e tramas que brotam da próxima "luz" textual.