Neste livro, resultado da dissertação de mestrado de Igor Lacerda (PPGCOM-UERJ), o leitor é conduzido a uma análise crítica da interação entre as narrativas de um jornal carioca e de políticos sobre a intervenção militar (2018) no Rio de Janeiro. Por um período de dois anos, o autor explorou como essas narrativas, alinhadas a interesses econômicos e políticos, produziram sentidos sobre a metrópole e influenciaram as experiências urbanas de moradores e turistas.
Com enfoque na construção de sentidos sobre a cidade e as violências, o autor investiga a interconexão entre as reportagens e as narrativas de políticos, bem como a instrumentalização do medo e da memória para atrair leitores e possíveis eleitores. Além disso, destaca como esses planos de segurança, apesar de terem pouca eficácia e militarizarem a vida nas favelas e periferias, atendem aos anseios de uma parcela amedrontada da população que cada vez mais cobra por repressão.
Com um olhar sensível, Igor tensiona essas narrativas que reverberam o medo, ao mesmo tempo em que questiona suas representações sobre o Rio de Janeiro, a intervenção militar e as violências urbanas. Sua intenção não é desvalorizá-las, mas revelar suas parcialidades, lógicas de construção e, sobretudo, implicações simbólicas e sociais.