Revolução e Contra-Revolução no Brasil: 1530-2019. Mário Maestri A mais resistente e consistente ordem escravista colonial americana. Uma longeva monarquia despótica, centralista e escravista, de caráter semi-colonial, com as classes dominantes dirigindo o país sob o tacão econômico da Inglaterra. A liquidação do reformismo abolicionista pela contra-revolução republicana, elitista, oligárquica, federalista e nem um pouco democrática. O caráter regional da industrialização e o nacional-desenvolvimentismo burguês getulista, com recuo relativo do status semi-colonial do país. As sequelas da hegemonia estalinista e populista sobre o jovem proletariado brasileiro. Esses são, segundo Maestri, alguns das raízes da dificuldade dos trabalhadores de dirigirem o processo de emancipação do Brasil, abandonado totalmente pelas elites nacionais. A apresentação da singularidade da ditadura após 1967, dos anos da redemocratização, do peso da vitória da contra-revolução mundial em 1989 e, sobretudo, da Era Petista, de 2002 a 2016. O ensaio de Mário Maestri desemboca em seu objetivo central: a explicação do golpe de 2016 como superação da consolidada situação semi-colonial do país em direção a uma ordem "neocolonial globalizada", na qual as classes dominantes nacionais cedem a direção política de fato da nação ao grande capital e ao imperialismo. Um cenário que, se concretizado, aponta para além de uma ordem fascista. Ou seja, um desfibramento geral da nação e a submissão do mundo do trabalho e da população a uma literal escravidão assalariada. Florence Carboni