E D I T O R I A L Às vezes nos chamam de teimosos. Por outras, nos dizem, jocosamente: "De poeta, médico e louco, todos têm um pouco". Acontece que ninguém se enquadra nesta assertiva, a menos que seja um desses citados: Médico, louco ou poeta, falando. Raramente dizem "temos". É que os macacos não sabem o rabo que têm. Se fôssemos o Raul Seixas, responderíamos: Sou louco, mas sou feliz. Louco é quem me diz. Mesmo que não sejamos o Raulzito , aprendemos com ele... a responder. Porque somos macacos e não sabemos do rabo que temos, usamos o rabo dele (do Raul), já que o nosso ficou perdido numas eras distantes e o cantor foi para um além que talvez nem saiba o que é rabo, haja vista de que o lugar, a concluir pelas evidências, é lá onde não mora ninguém. Quero chegar aonde, com esse papo? – Na leveza. E, de leve, convidando os outros loucos a entrarem neste departamento editorial. Falaremos de filosofia, ciências, letras e artes, sem empáfia, o humor será aceito quando intrínseco, em meio às caipirinhas, vinhos, queijos, lareiras, afagos e beijos dos poemas, trovas, e prosas, percorrendo caminhos próprios, valendo tudo, do pessoal ao cósmico. Ao falarmos de filosofia, poesia, prosa (contos, crônicas, ensaios, o importante é comunicar e defender teses, sabendo que não estamos na Harvard. O pranto também é livre, aqui! Andará ao lado da alegria, pois, no fundo, somos todos melodramáticos. Continuo teimando, pela literatura e pela revista.