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Revista Continente Multicultural #270

Revista Continente Multicultural #270

Sinopse

Nos últimos meses, a imprensa e as redes sociais têm estado repletas de notícias sobre o ChatGPT, um exemplar do que se chama Inteligência Artificial. A rapidez e a eficácia nas respostas desse software de busca, produzido pela empresa norte-americana OpenAI, na mesma medida que vêm fascinando, também assustam a humanidade. Afinal, o desenvolvimento de um produto como esse aponta para um futuro tecnológico mais sofisticado, complexo e preciso, no qual diversos profissionais provavelmente correrão o risco de serem substituídos pelas "máquinas". Na reportagem deste mês da Continente, A era das máquinas pensantes, nosso colaborador Yellow, programador e mestre em Ciências da Linguagem, aborda o desenvolvimento da Inteligência Artificial e traz análises atuais sobre diversos aspectos que envolvem o tema. Dentre eles, a ética do uso, que abrange os efeitos diretos na sociedade, como os possíveis erros cometidos, visto que se trata de uma tecnologia que correlaciona dados gerados pelos seres humanos, alguns com equívocos e preconceitos. A controvérsia com relação ao assunto é tão grande, que cientistas e empresários, através da Future of Life Institute, organização não governamental estadunidense, assinaram, no início deste ano, uma carta aberta ao mundo pedindo a interrupção por seis meses nas pesquisas em Inteligência Artificial. E propostas de regulações surgem em vários países, inclusive no Brasil. "Não acho que deveríamos regular agora o que não podemos entender ainda. Regular IA agora é como regular deuses: que deuses podem 'existir'?", refuta Silvio Meira, cientista-chefe da empresa de consultoria TDS. O professor extraordinário da Cesar School e presidente do conselho do Porto Digital é uma das vozes ouvidas nessa reportagem esclarecedora sobre o assunto, que também abre portas para reflexões e discussões acerca do tema. "É necessário o estabelecimento de marcos regulatórios para o uso das IAs", defende Luiz Carlos Pinto, jornalista e sociólogo, professor da Escola de Comunicação da Unicap. "Todas as empresas que passaram a desenvolver e disponibilizaram seu uso o fizeram se aproveitando da falta de regulação – um modus operandi que se padronizou entre as Big Techs para outros produtos, em anos anteriores. E, seguindo o padrão da branquitude, consideram que pedidos de desculpas são suficientes para sanar os estragos causados pela abertura da caixa de Pandora", considera.