Mais da metade da população do Japão segue os preceitos do Budismo. No Brasil, o número de adeptos ultrapassa 215 mil. Apesar do grande crescimento em território nacional, especialmente nas décadas de 60 e 70, assim como em outros países do mundo, esta religião complexa e profunda tem suas raízes e é muito mais forte no mundo oriental.
Isso se deve ao fato da diferença entre as visões do mundo que têm ocidentais e orientais. Em termos filosóficos, o ocidental tem como força motriz a produção (é preciso ser produtivo o tempo todo) enquanto o oriental dá muito mais valor para a contemplação, que leva à compreensão do mundo, dos valores humanos, da vida. Apesar de hoje em dia quase todas as nações do Oriente terem se rendido à produção e à economia capitalistas, esse conceito encontra-se completamente disseminado na sociedade que, frequentemente, busca o caminho do Budismo para atingir a Iluminação e compreender a Verdade. E todo o restante do mundo tem muito a aprender com essa atitude.
Observar como essas pessoas são serenas, calmas e pacíficas é uma das maneiras de constatar que, independente das convicções religiosas de cada um, seguir os preceitos budistas é, antes de mais nada, encontrar o bem-estar. Como essa é uma religião atípica do ponto de vista dogmático (muitos a consideram até ateísta), é possível trilhar seus caminhos (enquanto filosofia) de forma racional, sem aceitar qualquer ideia por imposição. O Budismo prega o conhecimento, na forma mais ampla possível, como meio de libertação. E não é exatamente isso que faz uma mudança ser realmente benéfica e definitiva?