Ano 1.100. O Japão era um país medieval, agrícola, isolado do mundo e dividido em uma série de propriedades rurais. Mas nem por isso deixava de ser rico, especialmente no que diz respeito à cultura. Prova disso é a fascinação que os samurais, guerreiros exímios na arte da espada que começaram a ganhar importância naquela época, exercem até hoje em todo o mundo, morando no imaginário das pessoas como seres com habilidade de espadachim e disciplina de monge.
E isso não faz parte apenas do campo da imaginação. Esses guerreiros realmente existiram e, apesar de haver lendas misturadas aos relatos históricos, seguiam talvez o mais rígido dos códigos de ética de que se tem notícia: o Bushidô, que incluía, entre outras convicções, a morte honrosa como objetivo de vida. Isso mesmo. A ideia que moveu os tão famosos pilotos kamikazes da Segunda Guerra Mundial nasceu há quase mil anos e é uma das evidências incontestáveis da profundidade das raízes do Bushidô e, consequentemente, dos samurais, na cultura japonesa.
Diferentemente dos guerreiros feudais, os ninjas eram espiões muito hábeis na arte da camuflagem e costumavam agir sorrateiramente, traindo e enganando a confiança das pessoas. Tanto que era comum eles se infiltrarem no território inimigo para conseguir informações e depois utilizá-las contra o oponente. Por aí, você já pode perceber que, ao folhear as páginas deste especial de Conhecer Fantástico, um universo magnífico vai se abrir à sua frente e lhe transportar para um mundo em que a honra, a retidão de caráter e a fidelidade aos princípios morais conviviam com atuações excusas.
Você vai constatar que os samurais, apesar de terem servido aos anseios dos senhores feudais na busca pelo domínio de terras, conseguiram passar ilesos às preocupações materiais, não se deixando levar pela sede de poder e pela ambição do acúmulo de riquezas, por exemplo. É bem verdade que essa renúncia envolvia atitudes extremas, como a de enfrentar um inimigo sozinho mesmo que as chances de vencê-lo fossem mínimas, mas ela tem muito a nos ensinar, especialmente no que diz respeito aos valores e prioridades que estabelecemos. Afinal, quem, em algum momento da vida, não se questionou de que adianta ter bens, dinheiro, poder, sem acreditar verdadeiramente em nada maior do que isso? E não estou, aqui, falando de religião, mas, sim, de princípios e de convicções pessoais - os mesmos preceitos que diferem um samurai de um ninja.
Então, o melhor agora a fazer é conhecer um pouco mais sobre tudo o que envolve esses lendários personagens históricos e descobrir que a cultura oriental é uma fonte quase inesgotável de inspiração e aprendizado.
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