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Revisando A Revisão: Genocídio Americano: A Guerra Do Paraguai

Revisando A Revisão: Genocídio Americano: A Guerra Do Paraguai

Sinopse

Em 1979, no momento em que lançava a "Abertura lenta, gradual e segura", a ditadura militar foi profundamente constrangida pela publicação, pelo jornalista Julio José Chiavenato, de Genocídio americano: a guerra do Paraguai, que alcançou inesperado sucesso, sem qualquer divulgação pela grande mídia. A denúncia do conflito como enorme crime do Império do Brasil e de seu exército, contra um pequeno país que, segundo o autor, destoaria nas Américas pelo desenvolvimento econômico e social autônomo, em independência e em contradição com o imperialismo inglês, conquistou os corações de multidões de leitores, que certamente viram nele também um ajuste de contas com os malfeitos, disparates e hipocrisias praticados pelos altos oficiais das forças armadas no governo do Brasil. Um impressionante fogo de artilharia foi lançado contra as defesas mais frágeis do livro ímpio, com destaque para a tese de uma guerra livrada pelo Império do Brasil, pela Argentina mitrista e pelo Uruguai florista por conta do poderoso imperialismo britânico. Vinte anos mais tarde, sob o domínio plena da maré neoliberal que avassalou o mundo, Genocídio americano encontrava-se já no mais profundo dos infernos da historiografia nacional, para eterno olvido e uma mais fácil educação das novas gerações sob os preceitos de verdadeira restauração da velha historiografia nacional-patriótica, requintada por historiadores profissionais, à sobra das benesses propiciadas pelo Estado. Em A revisão da revisão: o Genocídio americano, de J.J. Chiavenato, Silvânia de Queiroz volta-se sobre o livro maldito, procurando desvelar, com os instrumentos da epistemologia histórica, as razões profundas de seu sucesso, por além de seus hiatos, tropeços e limitações. Assim, restabelece o importante papel do livro, nos seus indiscutíveis limites, para a cultura e a historiografia brasileira. Ainda que por linhas tortas. A partir da apresentação de Mário Maestri.