Revelia é um grito que há muito tempo está preso na garganta. Sufocado pelo medo, sufocado pela dor, sufocado pela insegurança, pelo convencimento da não possibilidade. Sufocar-se! Sim, minhas mãos também o sufocou. Pensei, se tem que ser sufocado, que seja por mim mesma. Mas há coisas que quanto mais tentamos estancá-las, mais elas escorrem, mais elas ganham força e rompem as barreiras, como represas que quando estouram saem devastando tudo que vem pela frente. Assim é Revelia, cortante, malcriado, contestador, imoralista e inconformado. A obra foi escrita em 2020, em plena pandemia do COVID-19, em que as pessoas estavam enclausuradas, bombardeadas por notícias mórbidas e inseguras com o por vir. Escrever foi a forma que a poeta encontrou para manter sua sanidade mental. A cada poema sua alma é desvelada, despida e transbordante. Os poemas são acompanhados de ilustrações feitas pela própria escritora, dos traços minimalistas às aquareladas explosões de sentimentos. Revelia é um livro que há muito tempo sonha com a liberdade de mundo, com o encontro de outros lares, de outros sentidos e de outras almas.