Fantasiei em minha mente uma afagante utopia. Nela as fronteiras embevecidas de ódio sucumbiram. Límpidos bosques de um bucólico sorridente surgiram. As pedras amontoadas em uma atmosfera catastrófica desapareceram, erguendo-se em seu lugar esbeltas construções rugindo cantos de ternura tamanha a beleza. As armas letais entregaram-se aos prantos traumatizadas tamanha a maldade por mera cobiça, fazendo o mundo bélico ruir em cinzas expurgadas. Não há mais para conquistar, somente para acessar.
O mal prostrara-se perante o bem a pedir pela misericórdia do perdão. A dor da miséria era um pretérito sofrido devidamente na condição de emérito a viver além-mundo. Fartos banquetes apresentaram-se aos mais necessitados seduzindo-os. Não... não havia mais seres alimentando-se do alimento condimentado ao odoroso chorume. Sorridentes eram as faces espantadas com tamanha vitória. Guardiões bailavam na
estratosfera unindo asas aos pássaros a ressoarem um canto pacífico. O sagrado esclareceu ao profano o êxito no alcance da inatingível glória. A igualdade chegou em um céu pincelado
por mártires ultrajando aquarelas repletas de cores. Era o basta para as dores, chegara o tempo das flores. No tráfego das cores — uma flor correspondente a cada cor.