Às vezes as paredes respiram.
Elas tiram o nosso ar e nos fazem abrir as janelas.
Vemos o sol raiar dourado e ingênuo, secando até as mais fortes saudades da noite.
Vemos as águas ao longe voarem nos céus, refletindo nossa impermanência.
Vemos a grama amarrar a gravidade enquanto o vento a liberta.
Ao abrir os olhos para nosso entorno, revelamos Retratos — ora Invisíveis — que nos ajudam a nos apropriar de quem somos.
Podemos escolher o conformismo, pois a verdade é que ver é doloroso — a mudança invade sem pedir licença. Ela destranca nossos cômodos-fantasma e os inunda de paradoxos.
Entretanto, ao escolhermos abrir a janela para nós mesmos, encontramos paz na estabilidade da fluidez.