Foi no susto. Em uma madrugada bem fria, gelada. Olhei no despertador, 1h30 da manhã. Que sensação é essa? Dorme mais um pouco, não é nada. A sensação veio mais forte, depois de uns 2 minutos. Nesse momentos exato, um alarme disparou dentro de mim. Um alarme que desconhecia até então. Alarme esse que se tornou parte de mim para sempre. Antes dele, tudo estava bem ou "tudo estava sob o meu suposto controle". Aquele controle prepotente de quem acha que domina a vida, o trabalho, o mundo...só e apenas o mundo. Pelas incertas do destino, aquele havia sido um dia bem tranquilo. Muitas listas, planos e claro, controle.
Me redescobri no caos, me permiti. Gestei meu filho, o trouxe a vida e na sequência, gestei a mim mesma e me trouxe a uma nova vida. Como é delicioso perder o controle de tudo. Perder o que nunca teve, na verdade. Perder o que não existe.
Toda essa experiência está de alguma forma transcrita nesse compilado de poesias que falam, que surgem avassaladoras e com vontade própria, que controlam a escrita, linha a linha, sensação a sensação e descontrolam qualquer racionalidade, fluem, surgem, vivem.