Retalhos da Lembrança não nasceu como um projeto de uma obra literária onde o valor intrínseco pressupõe um estilo ou até mesmo preparo na transposição desse sentimento para o papel; e sim de escrita de momentos vindo das nossas lembranças vividas ou não, mas que aflorando a qualquer hora, sem aviso, exigindo, pois, todo cuidado, atenção e às vezes pedindo prioridade para surgir. As ideias quando chegam, não pedem licença, e muitas vezes nos tiram o sono nos fazendo escrever ininterruptamente. Quase sempre nascem sozinhas sem rosto, fazendo de nós meros parteiros ao escrever. Essas palavras, frases e viram histórias que saem de nós, mas não nos pertencem, e passo a passo vão se mostrando, criando expectativas, curiosidades, para nós mesmos das coisas há muito vividas, mas não esquecidas. Quando elas surgem, são algo revelado do nosso íntimo para nós mesmos e precisam ser mostradas a todos, e nós, com carinho e sem pretensão, as alinhavamos aqui e ali, ponto a ponto, para então desnudá-las tentando dar as suas formas. Todo aquele que traz um ser à vida, ama-o com profunda ternura, e com as palavras não é diferente. Quem sabe explicar como surge o amor no coração de cada um de nós? Isso talvez não saibamos, mas certamente procuramos por ele em quase tudo que fazermos. Procuramos o amor e a felicidade, e então ela surge em todas as suas formas naquilo que fazemos, nos dando a resposta ao que procuramos, e então a vida passa ter mais cor, mais propósito nessa singela e breve existência na nossa passagem pela terra. Esse é o primeiro livro escrito por mim depois da pandemia. Os outros quatro escrevi em uma situação limitada por essa terrível doença que infelizmente ceifou as vidas de tantas pessoas e inclusive eu tive que sobreviver a ela em um leito de hospital, receando não mais ter a chance de voltar a escrever devido a possibilidade de sucumbir a Covid 19, mas felizmente saiu tudo bem e estou de volta. Espero que gostem dos contos e crônicas que trazem às vezes histórias engraçada, outras sérias e algumas relatando eventos dolorosos, mas que fez parte da existência de alguém, e quando não traz uma verossimilhança plausível como tal.