Com maestria e absoluta sensibilidade, o autor do premiado Rol revisita temas que lhe são caros — o ofício da poesia, o Rio de Janeiro, a passagem do tempo, o amor, o desejo e a finitude.
Ver, escrever, ler, reler. À máquina, à mão, ou a lápis, no computador. De pé, com pressa, no tumulto do dia, com caneta emprestada. Ou então sentado, à noite, no silêncio da casa. Poema fresco, novíssimo, rasurado, que se escreve enquanto o pensamento caminha. Poema impresso, na folha amarelada, guardado na estante, lembrado de cor, ou quem sabe esquecido, sem nenhum resquício do que o motivou.
O poema, como se percebe neste livro, serve para ver melhor. Para reconhecer a própria casa, seus ruídos, sua mobília e seus moradores. Para decodificar a paisagem, enxergar o mar batendo na pedra e também para observar a precariedade e a beleza dos dias, o envelhecimento, o esquecimento, a suspensão e a linha do horizonte.
Com Respiro, Armando Freitas Filho confirma seu lugar entre os poetas brasileiros mais admiráveis do país.