O crescimento demográfico aliado à falta de uma conduta séria e ambientalmente correta no descarte dos resíduos sólidos tem colocado a saúde do trabalhador e dos ecossistemas em risco. Instituições de ensino geram diversos tipos de resíduos e, dependendo de seus cursos, muitos destes podem ser classificados como Classe I – perigosos por apresentar toxicidade, periculosidade e patogenicidade, como é o caso dos Resíduos de Serviço de Saúde – RSS. Este trabalho teve como objetivo diagnosticar a situação dos resíduos gerados em uma instituição superior de ensino devido aos cursos de Odontologia, Farmácia e Nutrição, bem como o acondicionamento e descarte dos mesmos. Verificou-se que não existe uma eficiência na coleta seletiva no campus, embora em alguns setores existam recipientes coloridos de acordo com a tipologia de resíduos. A maioria dos resíduos é acondicionada de forma inadequada nos laboratórios, inclusive os resíduos químicos, onde em alguns casos, são despejados diretamente da pia dos laboratórios, comprometendo o tratamento do esgoto que é realizado pela companhia de saneamento. Os resíduos perfurocortantes são acondicionados em recipientes inapropriados, e os locais de armazenamento de resíduos não estão adequadamente dimensionados, sobrecarregando-os com pilhas de lixo contaminado. No local existe incidência de animais domésticos abandonados, como os cães, e também de animais silvestres devido à presença de mata nativa próxima ao local, acarretando riscos de proliferação de vetores. Os resíduos segregados, os recicláveis, ficam amontoados no pátio de circulação de alunos e funcionários, e empilhados um sobre os outros em montanhas de lixo, sem qualquer placa de identificação. Não existe um programa efetivo de educação ambiental de separação e acondicionamento de lixo na universidade e também qualquer treinamento dos funcionários terceirizados responsáveis pela coleta e transporte dos resíduos no campus, bem como dos funcionários efetivos da universidade geradores dos mesmos. Sugere-se, com urgência, a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde e um programa permanente de educação ambiental junto a comunidade acadêmica, visando a proteção da saúde dos trabalhadores, dos estudantes, dos usuários e do meio ambiente como um todo.