Este trabalho faz uma reflexão sobre a atuação da escola na prevenção do consumo de drogas, problema que vem se agravando em âmbito mundial nas últimas décadas, principalmente entre os adolescentes. Pretende identificar as representações sociais sobre as drogas de um grupo de professores de uma escola particular, situada em São Gonçalo, região considerada de risco pela intensa presença do tráfico de drogas. As escolas têm sido apontadas como pouco eficazes para lidar com esse problema. Por ser tabu, o debate aberto sobre as drogas dentro da escola não acontece. Com base numa abordagem qualitativa, buscaram-se os aspectos psicossociais que regulam as práticas cotidianas da escola relativas ao consumo de drogas. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, individuais e em grupo, coletadas através da técnica da confrontação retórica. Essa técnica caracteriza-se por contrapor-se intencionalmente aos sujeitos de pesquisa, utilizando as controvérsias disponíveis no campo de pesquisa. Esse procedimento possibilitou o acesso não só ao conteúdo das representações, mas à organização cognitiva dos professores. Utilizou-se a técnica de análise do Modelo da Estratégia Argumentativa ? MEA, que reconstrói o discurso em seus aspetos implícitos, de modo a permitir uma análise da dinâmica das representações sociais, como são utilizadas para justificar e orientar as práticas cotidianas dos sujeitos sobre o tema.