Mesmo uma alma piedosa, depois de muita comunhão com Deus, pode, por causa do pecado, ser trazida a um estado de perplexidade como a que o salmista expressa no início deste salmo. Mesmo na aliança da graça não há uma provisão de permanente consolação para qualquer pessoa debaixo da culpa de grandes pecados, nos quais elas caíram. Assim, pelo que significam, tais pecados vêm terrificar a consciência, quebrar os ossos da alma, e colocá-la em trevas, e lançá-la em profundezas insondáveis, apesar do alívio que é provido pelo perdão do sangue de Cristo. Mas a força de todo e qualquer pecado pode ser debilitada pela graça, contudo a raiz de nenhum pecado será completamente arrancada nesta vida. Assim, não será algo estranho que em algumas vezes o próprio cristão fiel se encontre nestas profundezas de alma a que se refere o salmista. A alma regenerada pelo Espírito possui um princípio de graça que opera e trabalha continuamente para preservá-la do pecado. Então o próprio Espírito Santo que habita no cristão há de incitá-lo a buscar socorro na graça de Cristo, para ser arrancada deste abatimento de espírito.