A religião está predominantemente presente na vida de qualquer ser humano, seja por sua adoção, devoção, radicalização ou negação. Além disso, cita-se a presença da religião nas mais variadas áreas do conhecimento e do fazer humano. A política, educação, legislação e saúde são apenas alguns exemplos. Para Lotufo Neto: "Pouco se discute sobre seu papel da religião na saúde, particularmente na saúde mental. Graves problemas impactam nossa saúde mental, prejudicando-a: miséria, violência, criminalidade, uso inadequado do álcool, tráfico e consumo de drogas e muitas outras mazelas". Não obstante, muito parece ter mudado no cenário científico em relação a esta afirmação. Muito se tem pesquisado a respeito de tal temática, dado que o campo das ciências da religião tem se ampliado consideravelmente, de modo que é hoje uma das muitas áreas onde a religião é estudada como fenômeno dentro das ciências sociais. Nesse contexto, Campbell afirma que a religião é a instituição humana mais antiga e duradoura, sendo praticamente impossível separá-la da história da cultura. Tal ação é tão intensa e duradoura que exerce função importante para o indivíduo e para a sociedade, e porque não dizer, sobre suas mais variadas áreas. Segundo Vergote uma vez que as culturas são afetadas pela racionalidade ocidental, a interpretação da patologia mental, por exemplo, possuía em sua década muitos elementos mítico-religiosos. Desse modo a religião através de seus símbolos situa o patológico dentro de uma visão integral do homem Allport e Ross classificam a presença religiosa na vida dos indivíduos de duas maneiras: "A religião intrínseca estabelece uma estrutura que fornece significado através do qual tudo é compreendido. A motivação principal para a vida é a religião. Outras necessidades, por mais fortes que sejam, são vistas como secundárias e são, dentro do possível, harmonizadas com as crenças e prescrições religiosas. Tendo abarcado um credo, a pessoa se esforça para internalizá-lo e segui-lo totalmente. Ela vive sua religião". Cita-se ainda Lotufo Neto: "A religião extrínseca, ao contrário, é a religião de conforto e convenção social, é utilitária, serve a si própria, subordina a religião a objetivos não religiosos. A religião pode ser útil de diversas maneiras: dar segurança e consolo, sociabilidade, distração, status e autojustificação. O credo abraçado é seguido levemente, ou seletivamente modelado para atender às próprias necessidades". Dessa maneira, seja vivida de modo subjetivo ou objetivo, a religião está, terminantemente, presente em nosso cotidiano, não podendo em nenhum momento ser negada sobremaneira nas suas relações com as questões mais vitais do ser humano que são a saúde e a morte.