Esse livro não é um texto de memórias e não tem a pretensão de ser um estudo sociológico ou psicológico sobre a viuvez. Existe literatura farta sobre isso. Trata se de um conto da realidade de milhares de mulheres que num momento da vida se viram sozinhas. A partir de sua experiência pessoal – Yvonne ficou viúva há cerca de 10 anos – a autora decidiu entrevistar 100 mulheres que enviuvaram depois dos 65 anos, de diversas classes sociais. As constatações foram várias e algumas surpreendentes. Todas tiveram dificuldades em lidar com a perda do companheiro, uma perda compulsória, sem retorno, completamente diferente de um divórcio, litigioso ou amigável. A pesquisa levou a este livro, com um texto que reproduz fatos e estatísticas – uma delas, de 2014, em que indicava que 55,2% das mulheres acima de 70 anos eram viúvas, ao passo que entre os homens o percentual era de 16%. Mas o mais importante aqui é que o livro expõe principalmente as emoções em cada momento da vida depois da viuvez numa idade mais avançada.
O luto não tem tempo definido. A reconstrução pode acontecer em vários formatos, com alguém ou sem alguém para dividir. A “reentrada” no mundo dos solteiros depois de uma certa idade não é fácil. O corpo não é mais o mesmo, existem hábitos arraigados, o namoro, o sexo, a reconstrução é uma dificuldade Ao contar sua história pessoal e suas aflições até se equilibrar internamente numa nova etapa de vida, a autora se propõe a contribuir para que as mulheres dessa idade recuperem o seu vigor e alegria, sem se isolarem e sem abdicar do prazer que não é só o carnal, mas prazer na vida, se dedicando a ser feliz."