A palavra religião vem do latim religio, que significa louvor e reverência aos deuses. Os etimologistas discutem bastante a respeito sobre a real origem etimológica da palavra religião. No entanto, muitos acreditam que tenha surgido a partir da junção do prefixo re, que funciona como um intensificador da palavra que o sucede, neste caso ligare, que significa unir ou atar . Assim, religare teria o sentido de "ligar novamente", "voltar a ligar" ou "religar". Neste caso, o termo era utilizado como um ato de voltar a unir o humano com o que é considerado divino. A palavra religião tem então o sentido de reencontro, já que dado o caráter único e eterno do Ser, nada pode permanecer desligado dele, assim sendo, o reencontro é obrigatório. A ânsia pelo reencontro é parte imanente à entidade viva. Todos nós desejamos conhecer a Verdade, aquilo que nós somos, a felicidade, o amor, a nossa essência fundamental. Não importa o caminho a ser seguido, a busca pelo reencontro é universal. A vertente de onde brota o sentimento religioso, ou o impulso pelo reencontro, pode ter diferentes origens. Há vertentes nas religiões semíticas como o islamismo, cristianismo e judaísmo, vertentes provenientes do sananata-dharma ou hinduísmo como o vishnuísmo, shaivaísmo, shaktismo, e tantas outras, e até mesmo do budismo, que é uma vertente tributária do sananata- dharma. Há vertentes cuja origem se perde no tempo e que são ancestrais, de povos ligados às vertentes mais antigas, mas assim como os rios de diferentes vertentes seguem todos para o mar, todas as vertentes religiosas acabam se encontrando e se harmonizando na Verdade Absoluta. Não importa se há teísmo ou ateísmo na religião de origem, se o indivíduo é gnóstico ou agnóstico, teista ou ateísta, seguidor ou não seguidor dos princípios da sua religião fundamental, nada pode obstruir o seu caminho para a unicidade. Não importando a matiz religiosa de cada um, há sempre um ponto de convergência, há uma unicidade final, e é esse destino, esse reencontro, que visamos destacar aqui. Com supremo amor, louvor e gratidão a Jesus e a Ramana Maharishi, e a todos aqueles mestres que me deram a direção e que me colocaram na senda da Verdade e da Realidade, o Eu, o Brahman único e sem um segundo, e suplico que o Eu me faça um só com esta Verdade, e que preencha o meu coração espiritual com a luz da Consciência que é a fonte de todo amor e devoção. Humildemente apresento esse singelo trabalho sobre o nosso reencontro, com o objetivo explícito de adoração com a inteligência e a satisfação de meus adorados mestres espirituais. Adoro esta energia suprema, que se fundamenta no amor, que promove a unicidade, e é com esse amor que enalteço todos os leitores, e que as mais elevadas bênçãos e a graça de meus mestres sempre os alcancem. OM TAT SAT