A arte sempre se interessou pela realidade, mas limitou-se a imitá-la (arte clássica), a questioná-la (arte moderna) ou a transformá-la (arte engajada), entre outras perspectivas. Em todos os casos, era como se o real estivesse do outro lado da arte, aspecto inquestionável, à espera da representação. Este livro contraria essa premissa ao explorar a arte como um jogo de expressões possíveis, que desnuda perspectivas, interpretações, projeções hermenêuticas. Marcos Beccari convida à compreensão dos olhares sobre o real, com uma proposta sobre sua natureza — instável, instantâneo, insignificante — e suas relações com a arte na prática das (in)compreensões possíveis. Quem busca mera digressão poética, encontrará uma ensaística erudita e sofisticada; quem espera uma escrita acadêmica e impessoal, se surpreenderá com o vigoroso testemunho da prática artística.