Há livros que se escrevem sozinhos. Este é um deles. Ramos e Damascos não oferece finais felizes, tampouco respostas. Ele sangra nas entrelinhas, tropeça em saudades que nunca tiveram nome e floresce em lugares que já foram deserto. Aqui, o amor não é cenário — é ferida, é febre, é farsa. E, ainda assim, persiste. Entre cartas que nunca foram enviadas, promessas sussurradas por quem já partiu e silêncios que ecoam como gritos, este livro se constrói como um espelho partido: cada texto reflete um pedaço de quem sente demais, de quem ama como se fosse morrer, e morre — várias vezes — só pra continuar amando. Você vai encontrar príncipes que são vilões, borboletas envenenadas por serpentes, reis enjaulados por suas próprias muralhas. Mas, acima de tudo, vai encontrar aquilo que não sabe nomear — mas sente. Um nó na garganta. Uma vontade estranha de voltar pra algo que nunca viveu. Porque Ramos e Damascos é isso: um livro que não pede para ser entendido. Ele apenas quer ser sentido. E talvez, ao virar a última página, você descubra que algo seu também mora aqui.